LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Se eu fosse só o que existe

Morreria de tédio

Não veria as cores

Para lá das flores

Não sentiria o mar

Para lá do seu sal

Seria como uma ilha deserta

Onde reina o conformismo.

Poeta foi feito para criar

Não lhe peçam um único caminho

Viria de longe o longo enfado

E tornar-se-ia gente como à gente

Quero na minha poesia todos os cheiros

Possíveis e impossíveis

Gritar a plenos pulmões o quanto a alma me consome

Ver para lá do óbvio, morrer a cada instante

Ser o indigente que passa ébrio na vida

A prostituta que espera em cada esquina

O amor é um castiço vaso de flores

Rega-lo todos os dias se o queres alimentar

Mas não o mantenhas obtuso como coisa.

Jorge Humberto

12/01/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/01/2007
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