LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Se eu fosse só o que existe
Morreria de tédio
Não veria as cores
Para lá das flores
Não sentiria o mar
Para lá do seu sal
Seria como uma ilha deserta
Onde reina o conformismo.
Poeta foi feito para criar
Não lhe peçam um único caminho
Viria de longe o longo enfado
E tornar-se-ia gente como à gente
Quero na minha poesia todos os cheiros
Possíveis e impossíveis
Gritar a plenos pulmões o quanto a alma me consome
Ver para lá do óbvio, morrer a cada instante
Ser o indigente que passa ébrio na vida
A prostituta que espera em cada esquina
O amor é um castiço vaso de flores
Rega-lo todos os dias se o queres alimentar
Mas não o mantenhas obtuso como coisa.
Jorge Humberto
12/01/07