Não te reconheço mais...
Menina estais perdida? Quero te encontrar, me pergunto onde estás? Cadê aquela besta alegre de sorriso refrescante? A cuja infantilidade abrupta estonteia corações, aonde foi parar a tua coragem?
Jamais pensei que ficarias assim calada, não que tu não o fosses antes, mas agora teus olhos antes vívidos perdem lentamente o brilho a cada dia.
Será assim que o coração vai morrendo e a doçura se esvai, ah não te reconheço mais!
Menina teu passado te condena, tua mente te ordena, mas teu coração te delata... E pensas que a vida é nada, entre a cruz e a espada, lágrimas cansadas.
Menina, olha bem no espelho cadê tua feição de antes? Deu lugar a um vazio condenado, ódio esperado enegrecendo, ah não a reconheço mais!
Há tempos que venho olhando, teu corpo afundando, em meio á um limbo escroto, tu nem te meches, doou-se por inteira, verdadeira vergonha alheia, menina; não a reconheço mais!
E a roda da vida gira e gira, minha querida. Dê-me tua mão deixa-me ajudá-la, quero ver-te como outrora fostes, mostra-me a tua valentia mulher! Sim, mulher!
Ergue tua fronte e mostra-me do que és capaz, antes a boba alegre do que uma casca vegetante. Pode não ter chegado tua hora, mas a hora que esperas é diferente da hora que será.
Esperes e verás!