Grito de desespero
Não posso gritar na esquina
Que a solidão maldita
Vem sempre a me esperar.
Pois nas horas mais findas
De um dia crepuscular
Abandono-me na esquina
A me embriagar.
E disso que me resta
Não pode ninguém ajudar
Esse homem perdido em desilusão.
Que nas duas da manhã
Entregue a solidão
Vê a vida subumana passar.
Sim, subumana vida!
Tão trágica e deprimida
A se embriagar.
Na esquina
De um dia crepuscular.