RUNAS DO CASTELO

Topo o vento passa presente

Sopro de areia em cada dente

Entre pedras o mato vigora

Ergue rochas ‘eu mato’ de outrora

Arrisco penhasco visão poderosa

À beira do mar que esfacela

A História de masmorra e cela

Dois, e um dedinho de prosa

De outras terras soterradas

Curiosa trupe investe olhar

Antes tropas e armadas

Surgem cliques digitados em ar

Altas Terras de história e guerras

Clãs sem destinos, espada de foles gaiata

Runas da fome de homem afiadas

Curva-se o templo ao tempo das heras

Mancha obtusa restou do feio

Que então nos parece bonito

Cai a luta à erosão que veio

Sangue, suga. Quem teria dito?

Rajada com postas ignora

O herdar da atrocidade humana

Alheios a mesma sina emana

Efêmeros castelos de agora

Areia só ao pó retornará

Gota d’água ao mar, Oxalá

Cá tê-lo, sê-lo ou não sou?

Num sopro a voz se apagou.

w.m