PENSAMENTOS SOLTOS

José Ribeiro de Oliveira

Pelas ruas da cidade eu caminhava.

Repentinamente ouvi tua voz.

Parei achando que era verdade,

Depois caí na real,

Como posso tê-la ouvido

Se jamais comigo falou?

Prossegui na caminhada,

Agora mais curioso

De pensar porque motivo

Eu teria te ouvido?

Intriguei-me comigo mesmo.

Devo está tresvariando,

Ou será telepatia?

Nenhuma coisa nem outra,

Fui traído pela mente,

Que buscou no inconsciente

Um desejo reprimido,

Melhor, não correspondido,

Que tomou meu pensamento,

Em detrimento de tudo,

Pra só não me fazer surdo,

Para o som da tua voz.

Que pronunciou meu nome,

Em meio a tantos ruídos,

Mas ouvi nitidamente,

Tu falando ao meu ouvido,

Só falou mesmo meu nome,

Mas encheu-me de prazer.

Será que adormeci,

E andando sonhei contigo?

Não sei se isto tem sentido,

Ou é só divagação.

Mas os pensamentos voam,

Saem de nós e longe vão.

Por isso não tenho dúvidas,

Sou perfeito de audição,

Juro que ouvi tua voz,

Não foi mera sensação,

Se não falaste meu nome,

Em mim deves ter pensado,

Pois os ventos me trouxeram,

Como se pronunciado

E me pareceu tão real,

Que eu parei pra responder,

Mas olhando para os lados,

Em nenhum eu vi você.

Mas se visse o que faria?

Se em forma nunca te vi?

Nem estou certo que existes,

Ou é imaginação,

Certo é que me provocas,

Por entre meus pensamentos,

Como vês, até os ventos,

Tu moves pra me assanhar.

Mas eu vou alimentar,

Porque não estou sozinho,

Quero ver um redemoinho,

Um dia nos dominar,

Nos cercando em plena rua,

E unirmos num só soprar,

E afunilar no tufão,

Torcer nos num só cordão

Pra no final permitir,

Uníssonos repetir,

Foi bom pra você ou não?

Professor José Ribeiro de Oliveira
Enviado por Professor José Ribeiro de Oliveira em 12/07/2011
Reeditado em 29/07/2011
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