IMORTAL É O POETA
José Ribeiro de Oliveira
Imortal é o poeta que na sua poesia se traduz; que desveste o sentimento de quem o lê; que faz incitar o pensamento sobre a força do amor, das mais diversas formas de manifestação. Imortal é o poeta que não passa sem olhar, minudentemente, o que os olhares comuns ignoram. Imortal é o poeta que, trabalhando na construção das palavras, faz derramar o seu sentir diante das alegrias e angustias do mundo. Imortal é o poeta, por extrair da força misteriosa do pensamento humano, imensas lições de vida. Imortal é o poeta por emprestar o seu tempo a serviço da humanidade, procurando, por sua arte, fazer os corações mais brandos, fazer as paixões mais verdadeiras, elevar o espírito e dotar a alma de maior bondade. Imortal é o poeta, muitas vezes guia, inspirador e orientador dos sentimentos humanos. Imortal é o poeta, que mesmo ciente de que um dia partirá, desprende-se de egoísmo e reserva grande parte do seu viver para dar utilidade à vida dos outros. Imortal é o poeta, que enfeita a vida de fantasias para afastar a desilusão, a dor da alma e as angustias do mundo. Imortal é o poeta, que faz da sua dor poesia; que constrói um mundo de magia, em detrimento da vida real. Imortal é o poeta, que encanta em prosa e verso, que faz curvar o inverso, na força melódica da poesia. Imortal é o poeta por que ele é inspiração, e vive uma solidão, que por certo lhe dar prazer. Imerso no mundo, se envolve na emoção, forjando uma sensação, que nasce como canção, pra deleite de outro ser. Imortal é o poeta, que morre e mata na ficção, que gera dor e prazer, com a mesma emoção, e com a ternura própria, sente que será eterno, na lealdade dos versos, que conduzem seu pensar, ele pode se acabar, mas pra sempre viverá, sua alma, sua emoção.