AS VEZES DA IMAGINAÇÃO
Alheio a tudo deixo que a imaginação
surta efeito pelo gesto de minha mão!
Através dele desenho possibilidades,
reconstruo frases, estradas e cidades.
Torneando as sombras aqui calculadas,
retiro excessos, das trevas, maculadas.
E, expulsas as nevrites, e a inflamação,
nomeio ruas, pura tristeza, consolação.
Como numa fotografia, as coisas lindas
(suas árvores, pássaros – outras avindas),
vão tomando posse, no poema versado!
E as casas caiadas, têm um ar engraçado.
As pessoas são pontinhos aglomerados,
a quem repara os montes, encimados…
E no cimo os animais, mais a Natureza,
criam um ciclo, que de todos é certeza.
Nisto no de mais a mais, real imaginário,
ergo um jardim, o mais puro e ordinário!
E edifico céus e sóis, gris e tempestades,
que molha a terra árida, pelas metades.
E neste sonho acordado, pela suposição,
do ideário, construi simples composição,
que gesticulando fiz nascer o que é dado
ver, de mim para fora, sem ter gradeado.
Jorge Humberto
14/03/11