Ilustração de Henrique Secundino.


ESTRELAS DISTANTES


Angustiante penumbra / No entardecer cinzento!
Caio nos braços da noite... / Paro por alguns momentos...
Devagar, eu imagino / Um cometa sonolento...
Na abóbada celeste... / Para meu deslumbramento!

Aparente harmonia! / Coesão entre elementos!
Entre bilhões de galáxias, / Luminosos fragmentos!
Cada astro em seu trajeto... / Constante deslocamento...
Astronômicos caminhos... / Ou rotas de afastamento?

Nas profudezas do cosmo, / Mutações em andamento!
Mistérios do universo! / Inexplicáveis eventos!
Estranha orogenia... / Montanhas em movimento...
Estrelas que se apagam... / Provável renascimento...

Somos nós, seres terrestres, / Aprendizes desatentos!
Teorias discutíveis; / Discutíveis fundamentos;

Explicações incompletas; / Duvidosos argumentos;
Doutrinas inconsistentes; / Estranhos ensinamentos!

Infundadas presunções... / Insensatos julgamentos!
Comemoramos conquistas / Alheios a sofrimentos!
Arrasta-se por milênios / Nosso vil comportamento,
Porquanto evoluímos / Em rítmo frouxo e lento!

Em noites de devaneios, / Vão longe meus pensamentos!
Que se transformam em sonhos / Temperados com fermento...
Na vastidão do universo, / São como folhas ao vento!...
Misturam-se às estrelas, / Nos confins do firmamento!



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