JULGAMO-NOS FORTES
Não tenho emoções,
o que tenho
é frias sensações,
que me levam à Razão,
cobrindo o coração.
Daí parto para o subtil,
frio algoz,
num preservar dúctil,
sem ostentações vis,
que preservem raiz.
Lidar com sentimentos,
só o poeta é capaz,
mas onde os unguentos,
para a sua alquimia,
do intransferível dia?
Mi alma a sós não tem
haver; é um nado morto,
onde flores não vêm,
aligeirar meu querer,
porque lhe falta o saber.
Disto não me preocupa,
que sentir é iludir,
mi sensação se ocupa,
em não querer nada
que é força irmanada.
Emoções são ilusões,
vontades expressas,
sem reparar nas contusões,
que a falsa sintonia,
levar pode à sangria.
Perversa enfermidade,
que nos enche o peito,
e é tal a fútil liberdade,
que julgamos emoções,
quedas ou contusões.
Andamos todos confusos,
não vamos ao preciso,
e os golpes são contusos,
e cremos situações,
na falta de alegações.
Jorge Humberto
11/02/11