E INDA QUE AME…

Se de me pensar, me achei,

que, por me pensar, fui lei,

no que à Sorte, fui encontrar,

julguei-me, um imenso mar…

Mas como aqui, o dito mar,

se eu me vivo, a atrapalhar?

um espelho, que no inverso,

a nada é, nem o seu verso.

E inda, que ame (bem o sei),

de amar, amo, ou olvidei,

quando a noite, não traz

a luz, que, no céu, me satisfaz.

Todo eu sou pensamento…

Razão, que vai no firmamento –

sem coração, a desassossegar-se,

num cais, a desmembrar-se.

E no horizonte, que é a vida,

intento levá-lo, de vencida –

com o sol, a dar-me por trás,

num sono, azul, verde, ou lilás.

Jorge Humberto

07/01/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 07/01/2011
Código do texto: T2715277
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.