ENTREGAR-SE, JAMAIS

ENTREGAR-SE, JAMAIS

Nesse mar de pensamentos,

Navegando lá vou eu,

Serpenteio aqui e ali,

Deixando o que se perdeu,

Alguns emergem do íntimo,

Sem história, valor ínfimo,

Sendo estático, já morreu.

Essa idéia me ocorreu,

A mente bisbilhotando,

A enfadonha tarefa

De viver sempre pensando,

Nas coisas boas ou ruins

Espinhos versos jardins,

Vão me decepcionando.

Vejo os outros chorando,

Não me chocam as lágrimas,

Continuo o meu caminho,

Conduzo as minhas palmas,

Eu o último apago a luz,

No túnel que nos conduz,

Aos recantos das almas.

Mas isso não me acalma,

Que posso mais eu fazer,

Tentei todos os caminhos

Querendo sobreviver,

Fugindo de um tal além,

Lá não conheço ninguém,

Nem quero pagar pra ver.

Rio, 28/09/2010

Feitosa dos Santos