Aprendendo e Vivendo I

Quantas lágrimas deitaram-se ao chão

Filhas do desespero, do engano, da solidão

Feitas do vinho amargo da inquietação,

Da falta de sabedoria de um coração?

Quanto sofrimento já se teve

Chegando ao ponto de se gostar

Quanto e tanto se busca o sofrer

Por falta de mais se amar?

O quanto se perde procurando metades

Tampas de panelas, espíritos iguais

E recusamos a encarar as verdades

Que são as mentiras de nossos ideais?

O quanto jogamos fora, ao perseguir fumaça

Sonhos etéreos e brilhos coloridos

Enquanto lá fora, nossa bela vida passa

Enquanto andamos por rumos perdidos?

Um dia, a gente aprende que a vida é mais

Aprendemos que amar e saber completar

São fundamentais, como deixar para trás

Os fantasmas que insistem em nos assombrar

Um dia, aprendemos que o amor aprendido

Recompensa qualquer busca, qualquer demora

Aprendemos sua forma, seu belíssimo colorido

Que uma vez decorado, jamais vai-se embora

Um dia aprendemos que o bom sentimento

É sutil, é etéreo e infinitamente benfazejo

E difícil de capturar, é como domar o vento

E tirar dele os grãos ilusórios do desejo

Um dia aprendemos que há vários caminhos

Mas um só jeito de por eles caminhar

E que sempre caminhamos sozinhos

Por mais que outros venham acompanhar

Um dia aprendemos que precisamos saber mais

Os horizontes abertos diante da gente

São para o aprendizado verdadeiros portais

Onde iremos nos aprender, realmente.