FÊNIX

Inerte jaz o corpo,

De um passado estranho tenho a lembrança.

Sarcástico, estúpido, inerte, imaturo,

Orgulhoso, arrogante, preconceituoso, inseguro.

Morto o ser, sua voz ainda ecoa nas profundas esquinas da mente,

Atribuíram seu findar a um bocado de gente,

Atribuíram sua queda a uma série de ações,

É fato, a distância aflora emoções.

Curioso ver-se ao solo jogado,

Difícil contemplar o que se foi,

A dor é lancinante, perdido o amor mesmo que por instantes,

Espantado, desejei mata-lo, mesmo infante.

Neste dia matou, sangrou, morreu,

Neste dia velou, sepulcrou, volveu,

Mas o anjo abriu suas asas e o levou do mundo de antes,

O fez nascer, o fez voar, os fez amantes.

Caminhou então na direção da luz,

O coração nova ação produz,

Neste instante ama, respeita, escuta, pretende,

Afaga, convive, sente, entende.