SILENTE

Qual andorinha no ar

assim sou eu por te ver

um sono de bem despertar

mil fogueiras de sóis a arder.

E no mais silente de teu ser

sou eu quem me reconheço

nesse teu bom viver

que de mim não esqueço.

Assim a ave pela manhã

abundante de passados

fica-me uma estrela por irmã

a contar-me coisas de fados.

E o sol raia reluzente

mostrando-me o que é teu

uma pequena semente

que é tudo o que é meu.

Reclama o mar a tua presença

reclama o ar a tua esperança

não há aqui qualquer desavença

quando é tua a imensa herança.

E eu observo os teus olhos de mel

no mais fundo de nossos seres

e tu és uma folha colorida de papel

apenas e só por me veres.

E o teu rosto de bem-querer

traz a fina brisa de tua alma

que eu sou aquele que te vai ver

quando ascendo à minha calma.

Sou uma corda lançada

até onde tu és horizonte

no teu cabelo ela é enfeitada

no cimo do pequeno monte.

Como anjo desces até mim

procuras-me com extremo afã

e o que eu sei sei-o bem de ti

e nasce o dia e um novo amanhã.

Homem e mulher não olvidam

seu ser enorme e extremoso

amigos e amigas de si convidam

para ver este amor grandioso.

Jorge Humberto

27/01/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 27/01/2010
Código do texto: T2054637
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