Retorno ao Ponto
Retorno ao ponto
E ainda se faz quente o mundo
Retorno ao ponto
Onde ouço do raso ao profundo,
Do Leve ao Intenso,
Do Rápido ao Elaborado,
Do rasteiro ao bem-armado,
Do breve ao demorado
Do profano ao imaculado.
Onde ouço quem não gosta de ouvir
Onde vejo os que gostam de assistir,
Onde me pergunto que lugar é esse?
Onde testemunho alegria e interesse,
Intriga, conversa e pecado...
Onde me sento e penso calado
Nas tristezas do mundo, e você veja,
No teor do líquido no fundo
Da garrafa de cerveja.
Retorno ao ponto
A mesa cheia de mundos
Portais abertos, alçapões, masmorras
Se brilhantes e belos, ou escuros, soturnos
Se fontes de luz, ou se mundas modorras
Espalham-se ali, ao alcance da mão
Prontos a oferecer ao incauto a visão
De mundos etéreos, mas não menos reais
Feitos de letras, imaginação e ideais.
E em meu retorno,
Compartilho alegrias, impressões, fantasias
E as deixo ali para quem quiser ver,
A crônica rimada do passar dos meus dias
Um pedaço da alma que se põe a escrever
Não pretende-se que seja mais ou melhor
Nem obrigação, nem dos males, menor
Apenas se abre uma porta no ser
E lampeja-se só um pouco
Para os outros poderem ver.