Brotação
Nestes tempos de pólen brota a ação
Da abelha em mel no céu da antemanhã.
Broches vermelhos em brisas abraçam
Perfumes do ventre liso de aurora.
Olhos de mar. orelhas e anéis
Em cintilar noturno espreitam sós.
Um velho anseio em broto temporão
Atiça o paladar de um doce afã.
Clareia a amarga treva em que se arrastam
Solfejos mudos a gritar o agora.
Pinta-se o amor com todos os pincéis
Entrelaçando, assim, antigos nós.