FEIO COMO EU

Eu vejo mil cores verdadeiras.

Em sua simplicidade, tentam

ser benevolentes comigo, mas

o mundo é feio, tão feio quanto eu.

Escrevo para disfarçar tamanha

realidade, e, enfeito-me de rosas;

não me atrevo a olhar-me no espelho.

Mas quem ama o feio, bonito lhe

parece; por isso tenho o teu amor,

emprestando beleza, a alguém tão

feio, quanto minha pessoa.

Sou feio sim, o mundo assim o exige!

tudo o mais é ofensa… e só ante ti,

meu amor, sinto-me bonito.

Minha beleza é plástica; este buraco

escuro é a minha essência, tão feio,

quanto eu.

Só tu, minha mais que tudo, és bela,

por dentro e por fora, e, nestes meus

rabiscos, assumo toda a minha feiura.

Porém tudo esqueço, quando contigo

estou. Damos as mãos; beijamo-nos, e,

de onde vim, feio dos mais feios, dou

por mim a sorrir.

Saltemos o precipício… buscando as

cores do arco-íris, para te oferecer!

Talvez nem seja assim tão feio! Assim

muda-se o mundo e o Homem.

Jorge Humberto

13/09/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/09/2008
Código do texto: T1177486
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