RÉU CONFESSO
Escrevo...
não como canto,
escrevo como como,
quando tenho fome,
quando aprecio o prato.
Canto porque há o instante;
escrevo... e o instante há de existir.
Escrever é conduzir o momento
a outro momento além de mim.
Canto porque a música me tem;
escrevo porque não sou de ninguém.
Sou réu confesso desse crime
de ser o que escrevo também!