Pique–esconde
O poeta é fingidor?
Fugitivo, talvez
Mas nunca engodo
Pensamentos libertos
Olhos nas estrelas
Toma impulso e alça vôo
Despertando mistérios
Para, sozinhos (ou não), acompanhá-los
Ele procura a si mesmo?
Seria então solitário?
Não, um caçador
De certezas?
De sonhos!
O caçador de sonhos
Homem de areia?
Sempre em construção
De dentro para fora?
Talvez sim, talvez não...
Mas, que sonhador!
Sempre a procura
Do que não pode achar
Esse poeta brincalhão
E tanto se empenha
Que ganha, por vezes, o jogo de pique – esconde das palavras
Nada encontra
No entanto, não procura em vão
Incógnita travessa, sempre ali
A puxar-lhe pela manga o fio dos pensamentos
O farol que atrai
Mas não leva ao cais
Essa procura de si
Do outro, de tudo
Acaba encontrando as maravilhas do mundo
Sem tirá-lo da solidão