Primeva Primavera

Quando criança, sonhava em me tornar florista

Em uma inexplicável contemplação da natureza

Só se poderia sentir a simplicidade da emoção

Como quem furta-cor nos recantos da beleza

Ser em flor, broto que há de desabrochar

Criança-poeta e aprendiz em metamorfose

É o olhar que admira e no futuro mira fazer

Na direção do amor que sonha permanecer

Mas a chuva chega em arroubo juvenis

Na alma florida de pequenos girassois

rega a semente que tão breve espalha

o querer lado a lado, o estar a sós

Amadurece o fruto no solo caído

Doce ventura é a hora de colher

Encontram-se se as respostas

Que o destino irá reescrever

Alegre estação de encantos

Mas as pétalas, já não as levo

Tão à sério quanto uma lágrima

Ainda que bela a flor que carrego

É o canto dos pássaros que sigo

Antes da cor sépia se avizinhar

Anunciando as folhas que caem

No outono da brisa a me soprar

Relembro o frescor da graciosidade

nos pomares da infância em meninice

com a fragrância da sina que me enleva

aguardando nova primavera em meiguice

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 23/09/2024
Código do texto: T8158504
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.