Canto à eira
Vou me embora
para a Cantareira
a vida inteira
a toda hora
é o que me resta
Vou para o mato
rumo ao que é dentro
bem no centro
do que for floresta
A vida presta
quando se presta
atenção
ao que interessa
A noite um violão
regado de boa conversa
Um gole de chimarrão
e nunca mais ter pressa
pois pressa
é o contrário da visão
Vou ser o avesso
de meu próprio começo...
meu endereço
vai ser rendenção
Morar cada vez
mais para o alto
e ser parte
da própria canção
é ser amigo de nuvem
e vizinho de azulão
Cabuçu de Cima
Mairiporã
vou fazer rimas
com as jaçanãs
Maracanãs a mil
como meu coração
nunca viu
Caminho
da Pedra Grande
Trilha escondida
com a alma encontrada
vou andar
até que a vida
mais abençoada
me mande parar...
14-04-2024
11h25mim