Sou Flor da Mata

Ao meditar sobre a perfeição das águas, com seu manto azul e translúcido margeado, por lindas e frondosas árvores, me deparo comigo, antes de agora. Aquela que crescera nos rincões do sertão. E aqui está, uma das tantas que sou, uma das que se eternizou em mim. A que é das águas, das matas, do luar, das manhãs, entardecer... Enfim, a que é plantada e nascida em seio telúrico, em verdejantes prados e em florado chão. Sou brenhas profundas, sou raiz, sou árvore plantada, junto a regatos. Sou flor das águas, flor da mata, flor do sertão. Sou expressão do que há no alvorecer, sou o silêncio profundo, a se deleitar com o chiar das folhas ao vento e o arrulhar das águas reverberando pelas entranhas da terra. E enquanto eu vislumbro com o espetáculo natural da vida, a poesia Transborda da verve que aflora em mim. E assim, envolta em precioso silêncio, absorta em versos aprazíveis, esparzidos em meu ser, devaneio e deixo-me ir, para além de mim. Então, viajo para o mundo dos sonhos e apenas sinto a brisa mansa a tocar-me a pele, sinto a ternura e o acalanto que eflui desse lago, cujas águas límpidas e tranquilas atraem-me às suas profundezas e embevecida, nelas me eternizo.

 

Kainha Brito

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Kainha Brito
Enviado por Kainha Brito em 18/05/2023
Reeditado em 21/05/2023
Código do texto: T7791070
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