INVERNO
No prelúdio inexorável do inverno
A luz do entardecer é calma e tristonha.
O enlevo enternecedor
Dos brandos raios de sol
Aquece, com a magia singela
Do seu manto crepuscular,
Os santuários da natureza incólume.
Os passarinhos velozes
- como navios singrando mares -,
Buscam em revoadas
O refúgio dos seus ninhos.
Contrapondo-se à matéria gélida,
Reascendem-se as ternuras
Sob o brilho dos vitrais,
E o calor volátil enleia,
Envolvendo dóceis almas
Nas alcovas das lareiras.