NATUREZA MORTA
Na quietude mórbida da cidade grande,
Vislumbro uma sensação estranha
De um céu esgotado por névoas difusas,
E um nevoeiro úmido permeia
Os contornos do dia pálido,
Fatigado de si mesmo.
Muitas janelas fechadas
Remetem a olhares cansados e sonolentos,
Como a prenunciar a velhice e seu corolário
Inevitável de cansaço e solidão.
Tudo se faz cinéreo e triste!
Nem mesmo o balançar
Das árvores frondosas
Trazem perfis de harmonia.
E os passarinhos tristonhos
Alçam vôos em bandos,
À busca do aconchego de
Seus frouxéis de ninhos.
Os meus olhos procuram clarear
As esquinas escuras,
Enquanto a mente vagueia
Buscando esculpir com poesia
Universal, os fragmentos sublimes
Do encantamento dial.