ANOITECER
O sublime encantamento que prenuncia a noite bela
Traz um quê de serenidade e alegria transmitindo
Uníssono pulsar ao coração com o perfeccionismo
Da mais alta poesia da natureza.
As trevas se desfazem enquanto o sol se ajoelha,
Mansamente, em reverência no infinito alado.
Aproxima-se o plenilúnio trazendo laivos de poesia
Que deságuam na alma como versos desmembrados.
Tudo então ganha sentido em terna calmaria
Num apogeu de paz em que os olhares se inebriam
Como íris da divindade permeando
A razão única de nostálgicos pensares.
Em tons de suave melancolia e glória
Num repuxo estelar supremo
A lembrança crepuscular permanece tácita,
Como lendas da infância que se perpetuam na memória.
A poesia fulgura dentro do encanto da noite do sonho.
É como se chuva de estrelas caísse do céu,
Distraindo a parte triste do mundo
E as auguras nefastas de abandonados mausoléus.