ANOITECER

O sublime encantamento que prenuncia a noite bela

Traz um quê de serenidade e alegria transmitindo

Uníssono pulsar ao coração com o perfeccionismo

Da mais alta poesia da natureza.

As trevas se desfazem enquanto o sol se ajoelha,

Mansamente, em reverência no infinito alado.

Aproxima-se o plenilúnio trazendo laivos de poesia

Que deságuam na alma como versos desmembrados.

Tudo então ganha sentido em terna calmaria

Num apogeu de paz em que os olhares se inebriam

Como íris da divindade permeando

A razão única de nostálgicos pensares.

Em tons de suave melancolia e glória

Num repuxo estelar supremo

A lembrança crepuscular permanece tácita,

Como lendas da infância que se perpetuam na memória.

A poesia fulgura dentro do encanto da noite do sonho.

É como se chuva de estrelas caísse do céu,

Distraindo a parte triste do mundo

E as auguras nefastas de abandonados mausoléus.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 22/11/2021
Reeditado em 22/11/2021
Código do texto: T7391280
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