MATA E MOLECAGEM

MATA E MOLECAGEM

Embrenhado na mata,
Coberto de folhagem,
Fui um ser tão cordata,
Mesmo ainda selvagem.

Mas na beira da mata,
Desfolhando a margem,
Fui a onça que mata,
Por me ter de coragem.

E na hora exata,
Frente a uma aragem,
Me lembrei de uma lapa,
Onde as cobras reagem.

Posto como um primata,
Fui voz na molecagem,
Revirando na mata,
Com a camaradagem.

Mas a copa é alta,
E a árvore é incerta,
Pois sozinha exalta,
Quando a vista aperta.

Pois o homem retrata,
Ser pior que um bicho,
Se o trator só desmata,
E torna tudo um lixo.

Então deixo meu luxo,
E me dou ao planeta,
Sendo como o texugo,
Que não teme careta.

Então faço e desfaço,
Areiais em florestas,
No tempo do meu passo,
Com meu canto de festa.

🦥🏜️🐒