PANAPANÁ
PANAPANÁ
Do tempo, em certas janelas
pinceis voadores
colorem o firmamento estático
num movimento fático
lepidópteras aquarelas
ensombreando
em sazonais cores
meu olhar monocromático.
Movem-se na graciosidade
Deste seu balé por toda a terra
e carregam consigo as
tintas libertárias pela atmosfera.
Tudo parece aquietar-se
para o séquito colorido passar
o ciclo restaurado em cores vivas
na tela sobre os encantos do voar.
Quisera eu que a vida se tingisse
também de alegria
como caleidoscópio alado
mostrando em epifania
os seus pincéis
para que as nuvens negras
se pintasse velozes como um
galope de corcéis.
E a beleza se ofertasse
em divino oratório
como papeleta
no vento a dançar
no fluxo migratório
aqui, ali, em todo o acolá,
feito borboleta
num cortejo de panapaná.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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