FORMIGA OU BESOURO

FORMIGA OU BESOURO

De repente formiga,
E assim eu andava.
Num repente besouro,
E assim eu voava.

Foi assim que a barriga,
Pelo chão arrastava.
Foi no fim que a fadiga,
Me cansava e matava.

Mas enfim sou besouro,
Mangangá que voava,
E, como abelha sou ouro,
Do maracujá na ramada.

Então sinto-me luxo,
Depois de ser formiga,
Pois agora sou fluxo,
Muito mais que cantiga.

Pois no embalo dos sonhos,
Também fomento a calma,
Com argumentos que exponho,
Sendo o mousse da alma.

E o maracujá me festeja,
Pois agora lhe ajudo,
A ter tanta beleza,
Na sua flor de veludo.

E o sabor, com certeza,
É mais único que ácido,
Pois o manjar à mesa,
Vem com seu beneplácito.

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