SONHOS DE POETA
Nas horas caladas, nos suspiros da noite
Uma sombra difusa invade o silêncio
Roubando os reflexos que a lua transmite
Nos vales, nos montes, na noite que é minha.
Nas terras distantes por onde um dia
Eu passei e deixei as miragens de um poeta,
Os caminhos desertos que me viram passar
Soluçam, murmuram a tenaz solidão.
A sombra que invade são meus pensamentos
Que penetram nos seios dos campos escuros,
Tomando a forma de seres noturnos
Vagueiam, passeiam, fazendo meus sonhos.
No brilho da lua tudo é magia
Fazendo o poeta seu mundo viver,
São cores, são brilhos que a vida só mostra
Aos olhos daqueles que sabem sonhar.
Nas noites de lua que fico a pensar
Revivo os sonhos que a realidade me nega
São lindos, perfeitos, tal como a noite
Que encanta, fascina e assim faz sonhar.
Através da magia, do encanto da noite,
Do lado da vida que poucos conhecem,
Encontro o fascínio da doce aventura
Da fantasia dos sonhos que a noite me traz.
15/10/1991