TARDES DE INVERNO

O sol se deita na cama do horizonte.

O dia foi duro,

brilhou sem aplausos, precisa descansar.

Deixar que lua e estrelas venham lhe ninar e acolher

Mas sem perder o costume de espalhar seu lume,

colore a tarde com um fascinante vermelho degradê

E o dolente fim do dia ganha aquela tonalidade vermelho/amarelada .

Sangrando melancolia e derramando poesia aos sinos de ave Marias.

Tarde de um encanto e uma triste beleza ,

o frio já sopra e a noite de inverno vem prometendo surpresas.

A alma é flâmula agitada pelo vento

Que varre e sonda seus recônditos

E lá encontra mil portentos

Esperanças e medos...

Lembranças ao longe...

Meninice, frases não ditas,

Dores sepultadas no tempo

Tanta coisa perdida

Desalento onde antes tinha vida

Tarde é dama indecisa

Garbosa, mas triste

Aguça todo o sentir

E toda mágoa que existe

Sopram mil ideias

Que vão do animo ao terror

Enfeitada de encantos somente

Seu fascínio ameniza toda a dor

E promete trazer de novo o amor

La do outro lado do sol poente.