MADRUGADA
Na névoa crepitante da noite
Rebuscada pelos raios da lua,
Penetrando nos seios das matas
E retirando o escuro
Das frias paisagens,
A madrugada misteriosa e quieta
Desponta mais uma vez,
Na incessante caminhada
Para mais um dia
Que em pouco surgirá.
Ao longe, um galo que canta
Jamais cantará sozinho
Terá sempre outros galos,
Companheiros fiéis
Para anunciar a madrugada
Na sua tarefa infinita
Que recebeu da vida
Ecoando o seu canto
Nas cercanias da noite
Que brevemente morrerá.
09/12/1991