Profundas raizes
Antonio Feitosa dos Santos 

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Foi bem na subida, aonde eu morei,
No pé da colina, diziam os amigos,
A casa se erguia por entre bananais,
As folhas se agitavam aos vendavais,
Era a cruviana de todos o pior castigo.

Atravessava-se o córrego das chuvas,
O caminho que fazia um zigue-zague,
E logo ali via-se, bem ali, estava a casa,
Bueiro a fumaçar, no fogão fogo e brasa,
Há uma saudade e não há quem a apague.

Havia uma mangueira, defronte ao terreiro,
Arvores frutíferas em torno da velha casa,
As jaqueiras do cavalo, Egídio e o pezinho,
Nomeados pelo uso, segundo os vizinhos,
Das chaminés, fumaça, lenha, fogo e brasa.

Nas tardinha, da janela do oitão eu espiava,
O dourado do sol e a pradaria avermelhado,
Rapinas buscando abrigo, na alta cupiubeira,
Também nas alturas das majestosas palmeiras,
De prata e dourado, nosso céu era mesclado.

Quando do arrebol, nas manhãs de primavera,
Mirava ao nascente, muito além do horizonte,
Guardei as belezas em minha reminiscência,
Sinto saudades e supro as minhas carências,
Qualquer caminho, me leva a seguir a fronte.

Saudade de tudo que deixei na minha terra,
Da simplicidade de uma gente acolhedora,
Das sombras embaixo dos velhos juazeiros,
As jaqueiras, mangueiras e copados cajueiros,
Guardo na mente, lembranças acolhedoras,

Postado por Antonio Feitosa dos Santos
Em 1/5/2020 às 14h02 

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