MEU LAR SUBMERSO
MEU LAR SUBMERSO
Foram léguas e léguas a andar
Como um pitú procurando um jantar
Que revi todo chão do meu lar
que se faz submerso pro mar.
E já não mais eu vejo as fissuras
Que as alturas deixaram pras águas
Que enxugam as encostas dos morros
Num socorro pra sede matar.
Pois se as águas faltarem um dia
Não teria meu lar submerso,
Em que posso decantar o meu verso
De nostalgia por poder nadar.
E nadando eu saio do rio
Vou correndo pros botos olhar
Ou seriam golfinhos ao vento
A saltar e brincar sob o Sol.
Mas o anzol ainda vejo malvado
Num cercado de redes e bombas
A matar sem ser alimentado
Meu futuro que não vejo nas ondas.
Pois já nem sei usar os meus tanques
Pois os uso para só defecar
Com as fezes que nem mesmo as lagostas
Mais conseguem tudo triturar.
E o futuro se esvai na ganância
De quem não quer nos ver a andar
Livremente e de todos os jeitos
Mesmo estreitos, mas são doces leitos
Que só têm por destino o mar.
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Publicada no Facebook em 11/12/2019
MEU LAR SUBMERSO
Foram léguas e léguas a andar
Como um pitú procurando um jantar
Que revi todo chão do meu lar
que se faz submerso pro mar.
E já não mais eu vejo as fissuras
Que as alturas deixaram pras águas
Que enxugam as encostas dos morros
Num socorro pra sede matar.
Pois se as águas faltarem um dia
Não teria meu lar submerso,
Em que posso decantar o meu verso
De nostalgia por poder nadar.
E nadando eu saio do rio
Vou correndo pros botos olhar
Ou seriam golfinhos ao vento
A saltar e brincar sob o Sol.
Mas o anzol ainda vejo malvado
Num cercado de redes e bombas
A matar sem ser alimentado
Meu futuro que não vejo nas ondas.
Pois já nem sei usar os meus tanques
Pois os uso para só defecar
Com as fezes que nem mesmo as lagostas
Mais conseguem tudo triturar.
E o futuro se esvai na ganância
De quem não quer nos ver a andar
Livremente e de todos os jeitos
Mesmo estreitos, mas são doces leitos
Que só têm por destino o mar.
Publicada no Facebook em 11/12/2019