Para onde Caminhamos?

Onde estará meu coração

Quando o belo e majestoso rio secar?

Ele já dá sinais.

Mas eu lembro, como lembro!

Nas suas margens a vida florescer

A aldeia surgir

A civilização desabrochar.

Vi pessoas plantando

Crianças brincando

E no seu curso, eu vi navegar

A nau da esperança

Levando alimentos

Para saciar e nutrir

Quem padecia de fome e tormentos.

E nem sonhava o que estava por vir.

O deserto crescia

E ninguém notava

A margem encolhia

O rio majestoso, agora minguava.

Com o coração aflito, num sobressalto

Olhei ao longe, mas por todo lado

Só vi concreto e asfalto.

O deserto agora é diferente

É um mar de cimento

Que muda o jeito da gente

Afeta nosso coração, nossa mente

Fazendo do mundo um lugar mais cinzento.