Sobre as coisas...
Esse poema, aqui escrito
pode, e deve ser todo visto
como um copo com água
Aqui cada uma das letras
tem a sede das canetas
o vício, que não se acaba
Que aqui caibam os cantos
multiplos verbos aos tantos
que ainda se queiram entoar
Que venham quantos de vez
em música clara ou negra tez
no tudo do que se possa falar
Tanto que é em meio a esse,
outro mote de meu interesse,
vai explícito no conjunto
um que sempre eu me repito
sem importar se muito é dito
e é esse o tal assunto:
A borboleta antes de voar
no chão se arrastou devagar
e visto por alguns, feia larva
quis assim a sábia natureza
que houvesse a sua beleza
aonde não se avistava
Para achar a palavra certa
nem se precisa ser poeta
pois a existência é ávida
O conceito do belo, é seguir
não há padrão à se diminuir
pois a vida é toda crisálida
A borboleta no último voo
como pode, livre, polinizou
tudo o que era jardim
Cravos cortejaram rosas
Lírios cantaram prosas
Orquídeas beijaram jasmins.
Deus que criou o mundo
quando o primeiro segundo
do tempo ainda acordava
fez de tudo que há agora
um tempo indo embora
a vida não sendo escrava
Vê que a mão que planta
é a que desmata, arranca
a que de tudo usufrui...
A vida sempre se adianta
e olha, o tempo se agiganta
enquanto o homem se diminui
Assunto esse que é sem fim
mas que afinal, tem final ruim
por dizer o que sempre digo:
O homem é provido de ciência
mas por falta de consciência
é ele, o seu próprio inimigo
22-11-2018
18h20min