O CANTO DA RÃ
O CANTO DA RÃ
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Após um temporal torrencial com chuva e trovoada,
Relâmpagos com vendavais causadores das retiradas;
Formam-se poças de águas, lagos, e brejos as enxurradas,
Pantanais, igarapés, córregos as correntezas das chuvaradas.
Ninhos espumas esponjas brancas pegajosos naturais,
Buracos nos centralizados a perfeição de espécies de animais,
Anfíbios prontificados para os acasalamentos processuais,
Convidando a companheira no canto atrativos dos rituais.
Huu ! huu ! huu ! faz este flerte repetidamente a graciosa rã...
Territorial pelo tamanho espaçado do seu numeroso clã,
Friagens das águas frias iniciadas pelas encantadoras manhãs,
Noites das mágicas as buscas selvagens pelas horas terçãs.
Pelas esferas comparadas os círculos das frutas maçãs,
Moitas de capins pelos lamaçais como moradias da sanãs,
Gramas rasteiras as tosas das alturas baixas anãs,
Cantarolando sua sorte pela reprodução sã ou vã.
Ranhuras dos orvalhos vagando a partir do céu azul,
Acolchoados das aves comas suas penas pretas dos anus,
Mais do que cozido melhor está naquilo que se come cru...
Brejos falantes ressonantes exclamando huu ! Huu ! Huu !
As rãs interligadas molhadas interrogam por mais a mais,
Salitradas formações das águas precipitadas dos temporais,
Saídas das coberturas das lamas úmidas comportamentais,
Protegendo do que é preza buscando as refeições reais.
Daquela que aceita o convite como uma predestinada fã,
Sabores refrescantes dos sumos das folhas dos hortelãs,
Acasalamentos ritualizados com as fêmeas debaixo dos machos galãs;
Musculosas fisionomias huu ! huu ! huu ! fazendo a apaixonada rã.