TEMPO CHUVOSO
TEMPO CHUVOSO
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
Pingos da chuva caindo sem ter mais fim,
Em um presságio das horas que estão carentes,
Na solidão de quem a tem lampejos pela frente,
Das demoras de quem estar por ir embora deste tempo ruim.
Das maneiras que chove, para e chove de novo a molhar,
Das salitradas das plantas que a uma forte energia se sente;
Dos guarda-chuvas que longe faz as abas encharcar,
A uma grande diversão contentar por quem está contente.
Através das vidraças transportam conduções sempre...
Embaçam os vidros pelas cerrações que estão a esbarrar,
Vidas que surgem as luzes genealógicas dos ventres,
Molhados há de haver uma toalha própria para o corpo secar.
De se encontrar pulando as poças que localizam as frentes dos bares,
Andarilhos ladrilhos de uma luz que está a despontar,
As nuvens cinzentas que proporcionam afetividades dos pesares,
Nos olhares curiosos acompanhantes das pessoas que estão por passar.
Das ruas, calçadas e esquinas paradas por estar vazias,
Goteiras nas casas velhas pelos telhados vazando a pingar,
Ruas itinerários dos caminhos as direções das regalias,
Das imersões das pessoas sozinhas, agrupadas ou com o seu par.
Pancadas diversas espalhadas pelos cantos e lados,
Roupas molhadas retiradas para os varais para secar,
Reflexos orvalhados nas pétalas das flores personificados,
Das umidades dos ares das manchas encardidas a que podem causar.
Da chuva fraca ou forte que a toda hora está por começar,
Acumulando causas enredadas as compatibilidades das comportas,
Deste tempo de chuva que a desproteção faz tudo molhar,
Dos amores apaixonados que ficam trancafiados as carícias que acontecem por detrás das portas.
Das delícias proveitosas daquilo que extasia a tudo como de gostoso,
Deste tempo de chuva proveitoso, ou tendencioso, tempo chuvoso.