UM BRADO PELA MÃE TERRA
De tudo que fui hoje sou apenas cinza e pó
Queimaram tudo o que em mim havia de belo
As copas verdes; as floragens; o ipê amarelo
Agora voa triste a cotovia perdida e só...
Nos afluentes doces despejaram seu veneno
Corromperam as águas dos mares profundos
Trouxeram suas maldades de mundos oriundos
Das suas crendices e espíritos pequenos!
Não se atentaram para os céus azuis de anil
Enfestaram-no de fuligem das queimadas
Profanaram as plantações nas esplanadas
Maldade cruel e avaro como jamais se viu!
Os homens com sua ganância e sede de poder
Maculou a terra com o sangue dos animais
Desonrou a memória dos nativos ancestrais
Hoje só há o negror e as cinzas para ver...
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Para que estes versos não se tornem realidade
Vamos conservar ainda o pouco que nos resta
Proteger os bichos nas matas, a alma da floresta
Bradem homens de bem contra as bestas da maldade!
E o uirapuru poderá cantar nas matas pelos tempos
Encantando nossos netos com sua doce melodia
Nos inspirando o amor à natureza e à poesia
Salvem a mãe terra_ Brademos aos quatro ventos!