Epifania

Do alto de um monte

Numa fulgurante epifania

Contemplando a natureza

Viu coisas que antes olhava,

Mas não via.

A faina da vida natural

Revelando sua esplendorosa beleza

A abóboda celeste, de um vívido azul

Os raios do sol resplandecendo

Sobre as matas verdejantes,

Exibindo majestoso brilho

Depois de torrencial chuva exuberante.

Eram imagens tão próximas,

De um filme imenso e colorido,

Com as cenas se desenrolando,

E os sons inebriando os ouvidos.

Os humanos primitivos com suas crianças caminhando,

Falavam gesticulando.

Ocupavam-se com afazeres,

Pelos desertos, campos e florestas

Como faziam todos os seres.

Alguns pássaros cantavam

Faziam festa e voavam

Outros aqueciam seus ninhos

E seus filhotes alimentavam.

Animais caçavam e iam para suas tocas,

Suas crias protegiam.

Enquanto o caleidoscópio se desenrolava,

Refletindo aquela crua beleza,

Com o coração apertado

Emocionado chorava.

Assaltara-lhe a nítida certeza

Que no mundo da natureza

Os animais sabiam ensinar os seus filhotes

Enquanto o humano civilizado

Pelo conhecimento endeusado,

Esquecera como transmitir a prole

O legado da sua espécie.

O que a civilização encerra?

Por que as vezes o homem é tão vil?

Com os olhos vidrados de espanto

Gritou para os quatros cantos da Terra

E sua voz reverberou em ecos mil

Que mundo civilizado é esse?

Que fez com que o humano esquecesse sua origem,

Os sofrimentos da sua trajetória.

Tudo que abarca sua vida, seu mundo,

E sua história.