Lembro-me das águas do igarapé
Por onde desciam flores naturais
Minha vida sempre pautada pela fé
Meus passeios entre os matagais
Lindas paisagens, por onde deixei
Fragmentos de mim, entranhados
Águas doces, por onde mergulhei
Passos que marquei em solo sagrado
Minhas lindas bonecas eram de milho
E eu pude brincar até os quinze anos
Cantiga de roda, nas noites de brilho
Minha madrinha lua e os meus arcanos
Dos áureos tempos jamais esquecidos
Eu sinto o sabor daquela vida de outrora
Vaticinando meus sonhos, lá esparzidos
Hoje recebido com honras e glórias
Kainha Brito
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