Rio Douro

(à flor das águas)

Sou um rabelo sem leme

nas águas à flor do Tejo,

um coração que não teme

o naufrágio dum desejo

Mas é no Douro

que eu sinto um tesouro

da coisa sentida!

Socalcos vinhedos

suportam segredos

esteios da vida

E amendoeiras

das flores primeiras

quando acaba o frio...

Depois o zumbido

do néctar colhido

da abelha e do rio.

A gente pressente

quem segue a corrente

pelo tom de voz

quando o olhar da gente

é caudal bastante

da nascente à foz

sfich
Enviado por sfich em 14/11/2016
Reeditado em 14/11/2016
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