Chuva no Sertão

Chuva molha o chão seco da Santa Marta

Um grande milagre acontece de repente

O galo de campina canta entre as matas

Maracanãs revoam em sons estridentes

Ouço velhos sons então adormecidos

Fogo pagou faz visita ao telhado

O domingo se tornou mais sagrado

No alvoroço dos bichos do cerrado

Orações e louvores são elevados

Gratidão do homem ao Pai amado

Pelo sol deixou de ser castigado

Voltou a esperança ao semiárido

Campeando as velhas vacas magras

Suspiram aliviados os sofridos vaqueiros

Emergem redentores brotos de ervas

Nas campinas, entre pedras e os tocos

A vida volta ao velho e seco sertão

Onde cientistas disseram virar tudo deserto

Dos céus desceram águas da salvação

O sertão existir é vontade do Criador, decerto!