ERA UMA VEZ UM RIO
ERA UMA VEZ UM RIO
Um rio extinto, doído, árido,
onde hoje corre um vale de lágrimas,
Peixes empalhados, lixo tóxico, pálido.
Delirando um descolorido magma.
Suas margens abrigam tristes fantasmas,
casas descontruídas, sem memória, vazias
de sentimento. inertes fotografias pasmas.
Aves calcinadas como única companhia.
Nascente inexiste, não se sabe a foz,
Barcos estáticos, que não sabem nadar
Rio cabisbaixo, sem olfato, sem voz.
Como chegar ao mar?
(Gustavo Drummond)