E AGORA MEU RIO DOCE?


Cadê o doce de suas águas?
A avidez no brilho deste sol,
nas auroras desta vida,
foi um abrigo seguro,
para estes peixes seus.

Agora como uma serpente,
que sem culpas mata gente,
furiosa em correntes,
a onde vais eu não sei.

Cadê o doce de suas águas?
Meu Riozinho caudaloso,
eu deixei minha canoa,
não tenho o que pescar,

como o vivente destas águas
poderia assim sobre viver
sem nada a respirar
.
Cores vermelhas, em fluentes
até se assemelha com o sangue,
derramado dos sofridos inocente,
só nos restas chorar.

Cadê seu encanto?
De tudo restou se o pranto
em lamentos causando dores
vai vazando entre as serras,
destruindo os abrigos,
matando e causando temor.

Esta água cristalina,
aos poucos a sujeiras domina
levando tudo a eito,
a relva e o capinzais,
foi se estes filhos seus,
em desolação total,

agora sepultados no seu leito,
estes não voltam já mais.

Oh! Meu rio de águas doces,
este espelho majestoso
já foi o reflexo do céu,

Agora um caldo grosso,
de lamas de algo viscoso,
provocando altos danos
como um grande macaréu.

Antônio Herrero Portilho 21/1
1/2015

 
Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 21/11/2015
Reeditado em 11/12/2015
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