INVERNO

Desenho na vidraça embaciada

Letras soltas, palavras sem sentido.

Ao longe, escuto o vento num rugido

Promessa de mau tempo, de chuvada.

É Inverno. Minha alma está gelada!...

Há dias que o sol anda escondido.

E sofro, porque vejo sem abrigo

Muita gente ao relento, na calçada.

Vida é dura, tal casca de uma noz.

A invernia a torna mais atroz

Amarga, para quem não tem guarida.

Corta o frio as passadas, de quem passa

Cai chuva desmedida na vidraça

Rigoroso o Inverno, como a Vida!...

Aldina Cortes Gaspar, in " O PÂNTANO"

Aldina
Enviado por Aldina em 26/12/2013
Reeditado em 26/12/2013
Código do texto: T4625984
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