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QUEM SOU?!...

Nasci e cresci sonhadora
Fiz-me "mulher"a sonhar.
Três sonhos na minha mente
um caminho pela frente
E um coração a pulsar.
Anseios de enfrentar o mundo
Vontade de partilhar.
Minhas mãos viraram "garras"
Sempre prontas a escalar
O cume de qualquer "monte"
P`rós meus sonhos alcançar:
Ser professora, escrever um livro
Ter um filho
e... crer e amar!...

Por ser menina aplicada, cedo, vim a leccionar.
Por amar, tanto, as palavras  
Bem jovem, vim a versar.
Meus versos eram migalhas
De toda a gente os escondia
De modo que, durante anos
Só, eu, lia o que escrevia.

Muito antes, de Mãe ser
Calhou, no meu caminho acontecer
Um livrinho de "brincar"- 1989.
Escrevi textos, pensamentos
Para " FALAR DE AMIGOS"- momentos
Que colegas de escola vieram a ilustrar.
Obra pequena e singela, da qual 
Hoje, me resta um, único, exemplar.

Dois sonhos estavam cumpridos
O terceiro, por conquistar.
Mas, eis que, aos 41 anos
Com um filho, mimos tamanhos
Deus, me quis agraciar.
Eis-me maravilhada, com tal verso!...
Então, escrevi no Universo
Um OBRIGADA," sem parecer"
Para ao Céu agradecer.

Aposentei-me há três anos.
Muitos sucessos, também, desenganos...
Até aí, algumas prosas ou versos fiz acontecer
Outros, por falta de tempo, ficaram por fazer!...
Finalmente, abracei-me às palavras
Disposta a libertar, a nada travar 
Esta vontade férrea de escrever.

E porque, sempre, me interessei 
Pelas coisas simples da aldeia, onde me criei
Fui escrevendo e guardando tudo o que ouvia
Perquntando, sobre o passado, o que desconhecia
Para que, a minha Terra 
Que não tinha história e só tradição
Com a minha pesquisa, a viesse a possuir
Escrita, com toda a modéstia, pela minha mão.

" DEUS QUER, O HOMEM SONHA E A OBRA NASCE"
-Como dizia o poeta- como uma aspiração quase lendária
Em 2010, escrevo a minha primeira e verdadeira, obra literária
"Memórias de Santo Aleixo", dedicada à GENTE da minha TERRA
 E a  meu pai, o mestre ferreiro
Homem da planície mas com vigor da serra.

Porque nasci, cresci e vivo no Alentejo
Me apaixono pelas coisas belas que leio e vejo
Cedo, me curvei a Florbela Espanca e à sua elegia
E em 2012,  surge " O PÂNTANO"
O meu primeiro livro de sonetos, de poesia.

E porque sou uma mulher
Que, ora se perfuma, ora se desfolha
Como a flor de um malmequer
Que após desfolhada não abrolha
Um ano volvido, quase sem querer
Em novembro de 2013, é editado "PEDAÇOS"
Mais um livro, na magia da poesia, a florescer.
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Quem EU sou?!...Não sei dizer.
 Não sou, talvez, Ninguém!....
Sou um sopro, uma miragem...
Se valho algum vintém?!...
Só vós, caros leitores, podeis saber!...


Aldina Cortes Gaspar