REVOLTA DAS ÁGUAS
(Samuel da Mata)
Águas límpidas fagueiras, vivas em corredeiras,
felizes a cantar;
Planícies e florestas transformam-se em festa
sob o vosso comandar.
Águas inocentes, em um projeto indecente
vão te represar;
E seus braços viçosos, livres e vigorosos,
estão a canalizar.
Águas agora oprimidas, se arrastam sem vida,
num constante penar;
Vossa fauna sufocada, a morrer condenada,
não tem onde desovar.
Águas enclausuradas, sem canto, paradas,
jazem numa prisão,
Estais poluídas, opacas, sem vida,
cheiram a podridão.
Águas enraivecidas, revoltadas e unidas,
vão a barragem estourar,
E os restos tiranos deste casulo insano,
que se afoguem no mar!
(Samuel da Mata)
Águas límpidas fagueiras, vivas em corredeiras,
felizes a cantar;
Planícies e florestas transformam-se em festa
sob o vosso comandar.
Águas inocentes, em um projeto indecente
vão te represar;
E seus braços viçosos, livres e vigorosos,
estão a canalizar.
Águas agora oprimidas, se arrastam sem vida,
num constante penar;
Vossa fauna sufocada, a morrer condenada,
não tem onde desovar.
Águas enclausuradas, sem canto, paradas,
jazem numa prisão,
Estais poluídas, opacas, sem vida,
cheiram a podridão.
Águas enraivecidas, revoltadas e unidas,
vão a barragem estourar,
E os restos tiranos deste casulo insano,
que se afoguem no mar!