UM PLANETA DESERTO.
Quando isto acontecer,
desta terra perecer
aqui não estarei já mais.
O sol estará fraquinho
corpos sem vida friozinho,
tudo ficará pra trás.
Quando aqui chegar a morte ,
e vier arrebatar, ai tudo acabará
em funesto sorteio a sorte.
Em mãos laços traiçoeiros
também seu ferro de corte,
nos minuto derradeiro.
Nesta hora de tristeza
indo ao encontro da morte
estaremos n'outro norte.
Mortos não morre duas vezes,
só cautela e caldo de galinha,
não deixa ninguém mais forte.
Vamos a vida aproveitar,
divertir e amar o próximo,
isto que nos conforte.
Sem vícios e sem malícias,
as doenças desta era,
até que tudo a suporte.
Com lamentos e penúrias
nesta suja atmosfera
vivendo ao paradoxo.
O mal do homem impera
nas águas campos e matas,
devastado sem piedade,
Em vozes e alaridos
que pede socorro deveras,
a tão perversa humanidade
Em tão sofrido atitude
Estamos todos sofrendo,
morrendo na boca da fera.
(Antonio Herrero Portilho)