Os animais por de trás de suas formas do corpo
Eu acreditava que os animais poderiam ter alma,
por de atrás das suas formas do corpo
tentava olhá-los com toda a minha visão primitiva.
Não escutava o silêncio das florestas,
nem saberia encontrar o pássaro azul
no mesmo abismo interior nas matérias escondidas da cidade,
sob incompreensíveis paisagens anímicas
alteradas por humanos desérticos do mau-estar.
Tentava vê-los como são do lugar que nos vêem,
nos seus invólucros voltados para suas formas
abrindo um mundo tão sutil,
infinito caos de imaginação ardente,
que se ocultava por de trás da epiderme,
dos seus olhos quentes que possuíam
estendidos no impossível
ab-surdo poema.
De Fernando Henrique Santos Sanches
Poeta das Almas