O belo sabiá.
O BELO SABIÁ
Lá das bandas do roçado
Chegou um pouco cansado
O cantor da natureza.
Pousou com categoria
Estufa o peito de alegria
Costumes de todo dias
Exibir o seu cantar.
Na copa da laranjeira
Do terreiro da fazenda
De manhã e a tarde inteira
Redobrando repicando
Ele põe se a cantar.
Das aves és a mais bela,
Nas matas e no cerrado
Ou perto do povoado
Vindo de todo lado
Vivendo aqui ou acolá,
Nas montanhas e nas serras
A beleza que se encerra,
O príncipe das floretas,
Majestoso sabiá.
Veio o vento, veio a chuva,
Molha a pluma de dar pena,
Entre as folhas dos arbustos,
Se assusta se oculta,
Esconde se com cuidado
Para gente não o achar.
O gorjeio barulhento
Canta há hora todo tempo,
Bate as asas mexe as pernas
Arrepia sonolento
Abre o bico se espreguiça
Na hora que o sol esquenta
Ai vai se descansar.
De tardinha escurecendo
O sol vai se escondendo
As estrelas aparecendo
Do horizonte vem a sombra
Vem a noite a luz se vai.
Todo bichos da floresta,
Dos campos e matagais
Vai procurando um abrigo,
Os pássaros cantando em festa
Em meio o arvoredo
A sinfonia dos pardais.
Quando o espetáculo termina
O criador do universo
Desce lá do infinito,
Bem quietinho e ligeirinho
Para a cortina fechar.
Sabiá a passarada o chama
Como neném vá pra cama
Que já é hora de deitar.
Alça voou deste galho
Atendendo o chamado
Em direção da floresta
Pousado em um ramalhete,
Junto aos seus amiguinhos
Vai dormir pra descansar.
Antonio Herrero Portilho.